

Há um lugar onde as ruas falam não com palavras,
mas com o peso das coisas que faltam.
Nelas caminham um povo cansado, carregando sonhos
e promessas partidas,
como quem carrega pedras no peito.
A corrupção não chega com barrulho
Chega devagar
Como poeira que se acumula
até enterrar a dignidade
Ela apaga a luz
Derruba pontes
Rasga promessas
E transforma a esperança
Numa chama fraca que treme o vento.
É o silêncio da criança
Que entende cedo demais
Que o mundo não é justo
É a lágrima do trabalhador
Que vê o futuro sempre a fugir.
É mão vazia da mãe que
tenta explicar o inexplicável.
E, no entanto, mesmo no mais fundo do abandono
há sempre um brilho que resiste.
Um brilho pequeno, mas teimoso de uma pessoa que diz "não"
Corrupção é vento frio,
Rouba o pão, apaga a luz
Mas a verdade é fogo vivo.
Erguemos hoje a nossa bandeira
não de ouro, mas de valor
Honestidade que nâo treme
porque um país só é grande
quando a ética é a porta de entrada.
Viviane Patrícia Vieira Fortes
10⁰ ano - Liceu Domingos Ramos
9 de dezembro de 2025
